A Concepção...

O COMEÇO


Nosso primeiro contato com esse esporte se deu em 1993 quando morávamos em Londres. Após algumas semanas de aulas em uma pista de esqui artificial nos subúrbios de Londres, fomos escolher a estação para onde iríamos no inverno europeu de 1994. Inúmeras eram as nossas duvidas – para onde? por quanto tempo? quando? e se não gostarmos? como escolher?

           Naquele tempo não havia internet e, portanto, fomos à agencia de viagens mais perto de casa e pegamos brochuras de inverno, destacando-se a da operadora INGHAMS – ali era possível não apenas encontrarmos os pacotes da operadora, como também informações sobre as estações de esqui da Europa Continental, com dados da cidade de apoio, das pistas, dos hotéis, dos transportes, etc... Ali encontramos: altitude, temperaturas  média, máxima e mínima por mês, área esquiável, km de pista, números de pistas de cada nível (azul [fácil], vermelha [média], preta [difícil]), desnível da base ao topo, número e tipo de meios de elevação, infraestrutura da cidade, etc... Foi assim que começamos a aprender e a definir o que era importante para nós.

             Por exemplo, nós queríamos que fosse uma cidade, com coisas para fazer além de esquiar, pois nas nossas mentes vinham certas perguntas – e se nós não gostássemos? e se alguém se machucar? e se nós não quisermos esquiar? Por outro lado gostaríamos também tivesse lavanderia, correio, lojas, restaurantes, supermercado, etc... Se fosse um resort, não teríamos nada para fazer além do que o hotel oferece, no caso de não esquiarmos.

           Assim, decidimos que queríamos uma estação de esqui em uma cidade, não em um resort, queríamos um hotel apenas com café da manhã, pois preferíamos almoçar na montanha e, a tarde, ao chegar no hotel, sairmos para a cidade, escolhendo onde e o que comer. Se não você vai comer todos os dias o que o maitre do hotel decidiu para você.

          Depois de toda essa análise técnica optamos por uma temporada de 15 dias, todavia ainda assim erramos em alguns pontos. Para baratear a viagem escolhemos o período das duas semanas que antecedem a alta estação de esqui na Europa. Isso foi muito positivo, contudo erramos ao passar a primeira semana em Kitzbuhel - Áustria, estação situada a 800 metros de altura, e a segunda semana, em Alpes d’Huez - França, situada a 1.860 metros acima do nivel do mar. Quanto mais afastado do período de alta estação a chance de não se ter neve aumenta, então, deve-se escolher para garantir uma estação mais alta. Dessa forma, a melhor opção que poderíamos ter feito seria ter ido primeiro para Alpe d'Huez e depois para Kitzbuhel.

           Por outro lado acertamos na mosca, principalmente na parte austríaca, e gostamos tanto que já vamos repetir a temporada pela 5ª vez na Áustria, sem contar as temporadas da Argentina, Chile, Canadá, França e EUA. Como tivemos a oportunidade de conhecer estações de esqui em 6 países, que apresentam características bem diferentes, podemos fazer algumas comparações e descrições de cada uma delas, mas isso vamos deixar para as próximas páginas.

              E assim começou a nossa “carreira” de esquiadores... embora esporádica, haja vista a ausência de neve no Brasil e o custo das viagens para a prática desse delicioso esporte.

ROTEIRO DE VIAGEM




O PLANEJAMENTO


As revistas de turismo no Brasil, quando se referem a viagens para esquiar, costumam divulgar apenas as estações de esqui da Argentina,  do Chile e as do Colorado - EUA. Mesmo assim, quando o fazem, dão informações superficiais, que não satisfazem a quem realmente quer praticar o esporte e não apenas ver neve. Essas informações são importantes nas decisões como por exemplo, quantos km de pista, número de pistas de cada nível, quantos meios de elevação e de que tipo, etc. Nossas revistas chegam ao cúmulo de fazer uma pesquisa sobre qual é a melhor estação de esqui do mundo – quem é a campeã das campeãs? San Carlos de Bariloche é claro, pois quem vota só conhece ela mesmo !!!
           
            Não me lembro de ter visto  nenhuma reportagem sobre as inúmeras e maravilhosas estações de esqui da Europa – Áustria, Suíça, França, Itália e Alemanha, dentre outras menos famosas. E o motivo não seria devido a preço, pois a grande diferença é o valor mais caro da passagem aérea, o qual poderia ser compensado com uma temporada mais longa, de 15 ao invés de 7 dias, ou por um turismo combinado de esqui + visita a alguma região da Europa.

Hoje é possível, encontrar todas as informações necessárias em  sites especializados  como o da Inghams que já citamos na postagem anterior, bem como nos sites das estações de esqui das cidades, por exemplo:
·        http://www.alpedhuez.com/
·        http://www.inghams.co.uk/
·        http://www.kitzbuehel.com/en
·        http://www.stantonamarlberg.com/en/home/2.html
·        http://www.saalbach.com/en/winter.html
·        http://www.tremblant.ca/
·        http://www.zellamsee-kaprun.com/en
·        http://www.courchevel.com/winter/en
·        http://www.killington.com/winter/index.html

Na escolha da estação, entre outras coisas, é importante avaliar:
·        a época (alta ou baixa temporada)
·        altitude da estação de esqui (alta, média e baixa)
·        altura do desnível base/topo da montanha
·        cidade versus resort de montanha
·        quantidade de pistas por nível
·        quantidade e tipo dos meios de elevação

Foi com base nesses dados que escolhemos a Áustria na primeira vez e, a partir daí, gostamos tanto, que repetimos a dose, procurando escolher um bom custo-benefício.
As estações de esqui se dividem, dentre outros parâmetros, em alta, média e baixa altitude. Esta altitude é a da base da estação de esqui ou da cidade que a apóia. É importante termos essa informação para que façamos uma boa escolha do período de esqui, se na alta estação (normalmente da 1ª semana de fevereiro até a 1ª semana de março) ou se um pouco antes ou depois. Os parâmetros das estações de esqui são:
·        ALTA: > 1.700 m
·        MÉDIA: > 1.200 < 1.700 m
·        BAIXA: > 600 < 1.200 m

O desnível base/topo da estação de esqui é muito importante porque ele traduz a extensão das pistas (em cumprimento), bem como garante que se tenha opções para esquiar em função do que existe ou caiu de neve. Por exemplo, se em uma estação este desnível é de 1.200 m, que é um bom desnível, com certeza você terá pista longas para se divertir e se a neve estiver escassa, você poderá esquiar próximo ao pico da montanha, onde normalmente neva mais.

Outro parâmetro a ser levado em conta é o nível de habilidade do esquiador. Normalmente, se utilizam estes níveis de habilidades: principiantes, intermediários e avançados. Para cada nivel existe uma cor de pista correspondente: azul, vermelha e preta, respectivamente. Logo, quando se vai escolher a estação de esqui deve-se analisar bem o mapa das pistas constante do site do lugar na internet e escolher um local que tenha a maior quantidade possível de pistas compatíveis com o seu nível de habilidade, a fim de permitir mais diversão com maior segurança. Com certeza todos os esquiadores intermediários tentarão usar pistas pretas, os principiantes também usarão pistas vermelhas, isso sempre visando um crescimento de suas habilidades no esporte.

Por último na escolha é importante saber se a estação possui bastante meios de elevação para que não ocorra engarrafamentos nem perdas de tempo a cada subida. O modelo/tipo do meio de elevação (lift) também é importante, pois eles fazem uma grande diferença para o descanso do esquiador e facilita e agiliza o processo. As estações de esqui mais singelas possuem um grande número de T Bar (são barras em forma de T que você coloca entre as pernas e elas te puxam, obrigando a você ir esquiando para cima). As cadeirinhas (de 1, 2, 4, 6 ou 8 pessoas) são, a nosso ver, o melhor meio de transporte para se subir na montanha. Os esquis vão pendurados nos pés e na saída das mesmas já se sai esquiando para a nova pista. As gôndolas de pequeno porte (4 a 6 pessoas) são bem confortáveis, pois permitem que se vá sentado, conversando e sem vento e frio, todavia as gôndolas grandes para muitas pessoas (tem até de 150 pessoas) é lenta, desconfortável pois todos vão em pé e muito demorada a sua utilização. Ela é normalmente usada a partir da base mais baixa de uma estação. Para complicar mais, a gôndola é o único dos meios de elevação que permite a subida de pessoas sem esquis e que não vão esquiar, o que por si só é um elemento complicador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário